quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O processo de lançamento de novos produtos ou serviços



Trabalhar o processo de desenvolvimento e lançamento de novos produtos permite uma constante renovação e sustentação da imagem inovadora que as empresas pretendam construir no mercado em que atuam.

Como analista de produtos, antes de pensar em lançar um novo produto preciso entender o que o portfólio atual da empresa ainda não tem, analisar a lacuna existente no mercado, levantar dados, entender se temos mão-de-obra, conhecimento e tecnologia para realmente criar o tal novo produto e, por último, mas não menos importante, apresentar tudo isso para a diretoria e profissionais envolvidos na área do novo produto a fim de saber se a ideia pode prosseguir e finalmente virar um novo produto.


Muitas vezes a sua ideia é ótima, mas o momento não é adequado. Ou de repente, falta equipe, conhecimento, equipamento para produzir. Pode também precisar amadurecer a ideia, conversar com mais pessoas.
O importante é não desistir deste processo, e também entender que às vezes é necessário esperar mais um pouquinho.

Antes de falar mais sobre isso, é essencial definir primeiramente o que é um produto.
Do ponto de vista do mercado, um produto ou serviço pode ser definido como aquilo que o consumidor, cliente ou usuário perceba como capaz de satisfazer uma necessidade, seja ela material ou não.

É por isso que a noção de novo varia conforme o critério utilizado na diferenciação do produto em relação a seus concorrentes. Mesmo que um produto não possua algo novo, pode ser percebido pelo cliente como tal, o que nos leva a concluir que inovação é uma palavra subjetiva e relativa.
As etapas para o lançamento de um novo produto ou serviço consistem em:


1.       Explorar

2.       Análise preliminar

3.       Análise de negócio

4.       Desenvolvê-lo

5.       Testá-lo

6.       Lançá-lo

Hoje vamos falar sobre a fase de exploração.
Explorando

Nesta fase, deve-se coletar o maior número possível de ideias em relação a um problema a ser resolvido, dentro da categoria de produtos que a empresa pretende trabalhar ou investir.

As ideias podem vir de clientes, usuários de produtos ou serviços parecidos, pesquisa de mercado analisando os produtos que serão concorrentes, pesquisas dentro da categoria do produto, diretamente com seu consumidor, amostras de produtos da área, visitar feiras ou ainda, promover reuniões de brainstorm com colaboradores da empresa.
Todas as ideias podem alimentar um banco que pode ser consultado a qualquer momento.

Às vezes, de forma isolada uma ideia pode não parecer atraente, mas um conjunto de ideias medianas pode fazer surgir algo espetacular.

Aliás, manter um banco de ideias na empresa é uma excelente proposta! É importante que os colaboradores sintam-se de ouvidos e possam opinar sobre um novo produto ou mesmo uma melhoria de um produto existente.

Experenciei isso na prática e posso garantir que a ideia trouxe bons resultados. Por meio de pesquisas e estudos, sei de outras empresas que dentro de suas equipes de P&D também começaram a trabalhar com algo semelhante ao “banco de ideias”.

O Grupo Fleury, por exemplo, é um bom case. Adotou um programa chamado de Central de Ideias, cujo objetivo era instituir um processo sistematizado para a geração e implantação de ideias de melhoria e inovação nas práticas de medicina diagnóstica. Foi adotado um processo de geração das ideias, avaliação e seleção, implantação e apuração de valor das ideias, com a preocupação de manter um equilíbrio entre o processo de geração e implantação das ideias.

Depois disso, a equipe de P&D deste grupo colocava as ideias captadas por meio de um formulário eletrônico preenchido pelos colaboradores em um funil de inovação. Definia-se os benefícios esperados, as necessidades não-atendidas e as oportunidades de melhoria e inovação que poderiam ser exploradas com a ideia. O processo de captação com os colaboradores fazia com que eles mesmos refletissem no momento da geração da ideia.
Após avaliadas, as ideias eram aprovadas ou armazenadas. É importante que mesmo quando uma ideia seja armazenada, enviar um feedback ao seu idealizador, favorecendo o melhoramento contínuo da qualidade das ideias geradas no programa.


Já as ideias aprovadas voltam para a coordenação, e a diretoria tem 10 dias para identificar um líder que cuidará da implantação da ideia e o fará o detalhamento da viabilidade do projeto de inovação, com a elaboração de um plano de negócios e outras ações necessárias.

A Central de ideias do Grupo Fleury alcançou excelentes resultados nos seus primeiros anos de atividade.

Dentro de cada empresa e segmento o processo de desenvolvimento e lançamento de novos produtos é muito específico. Nem sempre será tão simples lançar um novo produto e muitas vezes pode ser um processo caro. O importante é encontrar o equilíbrio entre o que o mercado precisa e pode comportar e não demorar muito para agir para não correr o risco de ficar para trás.

Outro ponto importante a ser considerado, é que em alguns segmentos, o idealizador da boa ideia (principalmente se ela for realmente adotada), pode querer algo mais do que apenas dar uma boa ideia. Algumas empresas adotam um esquema de premiações pelas boas ideias que se tornarem um novo produto. Já em alguns casos, o idealizador quer mesmo é fazer parte do processo. Levar essa questão em conta é importante, caso contrário você poderá ter pessoas com excelentes ideias, mas que não querem colocá-las para fora por saberem que não receberão pelo menos algum tipo de agradecimento ou envolvimento no processo.

Se você quer começar a colocar a ideia em prática, comece pela fase exploratória. Um banco de ideias, que pode ser colocado em prática de diversas maneiras (reuniões, formulários, emails, pesquisa de mercado) é uma bela maneira de iniciar e pode trazer a tona sua próxima grande inovação!
No próximo post vamos falar sobre a fase de análise preliminar, que é o próximo passo que deve ser adotado após ter escolhido a tal grande ideia que irá para frente.

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