sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Inovando na embalagem de um produto

Ao pensar na remodelação de uma embalagem de produto não é indicado ater-se somente ao design em sí. Refletir sobre outras questões pode levá-lo à inovação e à redução com custos de armazenamento e transporte.

Um exemplo disso foi o que a J. Macedo fez com a farinha de trigo Dona Benta. Constantemente analisando o mercado em busca de inovações, lançou as farinhas com fermento e a primeira embalagem transparente da categoria. Recentemente apresentou as versões embaladas a vácuo por um processo automatizado, já conhecido nas categorias de café e feijão.

Com isso, trouxe benefícios aos varejistas, que usam menos espaço para o armazenamento e transporte do produto e também para o consumidor, que tem agora um produto com maior durabilidade, já que mesmo após aberta a opção a vácuo estende seu prazo de validade de 5 para 12 meses.
Outro bom exemplo de inovação foi o que o papel higiênico Neve Naturali da Kimberly-Clark fez. Foi a primeira marca a utilizar 100% de fibras recicladas selecionadas e venceu o Prêmio Eco 2011 na modalidade sustentabilidade em produtos. O produto é composto de fibras totalmente recicladas e selecionadas, foi dermatologicamente testado e contribui com a preservação do meio ambiente. A embalagem e o tubete também são recicláveis, uma preocupação constante da empresa.
Com essa ação, a empresa estendeu o ciclo de vida das fibras e diminuiu o impacto ambiental, pois deu uma nova forma de utilização às fibras dos papéis.

Outra inovação foi introduzir o conceito de papel higiênico compacto, que reduz o consumo de embalagem e aumenta a eficiência logística, já que mais pacotes podem ser transportados por caminhão e utiliza a alça da própria embalagem, substituindo o uso de sacolas plásticas.



Você é apaixonado pelo seu produto?


Gerenciar produtos pode não ser um trabalho muito fácil. Normalmente, existem muitas responsabilidades, mas pouca autoridade para decidir tudo sobre o produto, isso porque existem várias partes que devem ser consideradas, que solicitam alterações ou enviam ideias para o produto.

Ainda que não seja um trabalho fácil, costuma ser apaixonante para quem gosta de trabalhar com produtos, já que está em suas mãos definir uma estratégia para o produto, desenvolvê-lo com sua equipe e contribuir para o êxito dele.

Se o gerente de produtos for apaixonado pelo que faz, certamente fará um bom trabalho. A paixão, neste caso, não precisa ser necessariamente pelo produto em si, mas por querer resolver um problema, por querer conquistar aquele mercado, por exemplo.

Trabalhar com algo que você goste e se importe certamente terá a tenacidade e a persistência para se empenhar pelo sucesso de seu produto.

Além de tudo isso, a paixão pode contagiar quem trabalha à sua volta, fazendo com que todos queiram contribuir de alguma forma para o produto.

O mais importante é procurar trabalhar com um produto ou mercado pelo qual você seja fascinado. Tente isso e verá a diferença.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Analisando seus próprios produtos

Muito se fala sobre analisar a concorrência e inovar. Porém, o que muitos se esquecem é de analisar seus próprios produtos antes de investir um tempo maior buscando por novas ideias.

Você já parou para analisar a fundo seu produto? Sabe todas as funcionalidades dele e, inclusive, definiu quais são as que merecem destaque? Comparou estas funcionalidades com a do concorrente para definir o que você tem mais e como está à frente?

É importante que seu produto tenha funcionalidades e benefícios bem definidos, até mesmo para comunicação interna. É essencial que os funcionários da empresa saibam sobre estes produtos e que todos o conheçam basicamente de forma parecida, exaltando os seus pontos principais, por exemplo.

É muito ruim quando os funcionários de uma empresa não conhecem os produtos. Ou, pior, quando
até conhecem, mas cada um o explica de uma forma diferente ou nem um pouco sucinta e direta.

Este trabalho pode ser executado juntamente com o Marketing da empresa, que podérá ajudá-lo a definir e posicionar melhor o produto, criando textos, descrições e fichas sobre eles.

Tendência de confirmação: ela pode prejudicar a inovação


Os psicólogos chamam de “tendência de confirmação” o fato de procurarmos e ouvirmos apenas as evidências que apoiam as nossas crenças. Ou seja, não importa o quanto recebamos evidências contrárias ao que acreditamos sobre nós mesmos, daremos um jeito de refutá-las e de seguir acreditando na ideia que formulamos.

O mesmo vale para a inovação. Diante de uma ideia, teremos a tendência de enxergar apenas evidências que a apoiem, ignorando de maneira inconsciente todos os pontos contrários, o que pode te levar a investir em inovações não tão boas, viciadas com sua opinião.

A tendência de confirmação é uma das razões pelas quais indivíduos representam lados diferentes de um argumento sentem que tem argumentos melhores. É natural que nos concentremos nas qualidades do nosso lado e na fraqueza do outro.

Sempre que uma ideia surge, naturalmente temos a tendência a procurar tudo que possa apoiá-la para provar que um conceito está certo. O problema é que com isso podemos estar ignorando sinais que indicam que a teoria está errada.

A maioria de nossos fracassos tiveram em seu início muitas evidências que mostravam que eram ideias ótimas. Porém, também existiam evidências que mostravam o contrário. Considerá-las é muito importante para eliminar a tendência de confirmação.

Faz parte de nossa natureza acreditar no que queremos acreditar. E se temos uma ideia, certamente concentraremos tudo o que pudermos para provar que estamos certos.

Se você quer realmente inovar, permita-se também ver o outro lado da moeda. Procure por evidências negativas e compare suas inovações com as alternativas.

Esse processo certamente o ajudará a tomar melhores decisões.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

DayOne reabre inscrições



O DayOne Day1 traz ao palco 8 empreendedores que não deixaram seus sonhos morrerem. Ao invés disto, eles construíram , transformaram em realidade, criaram novos sonhos e hoje impactam milhões de pessoas no Brasil e no mundo!
São pessoas comuns, trabalhadoras, obstinadas, sonhadoras. São pessoas como você.
Histórias de grandes empreendedores como você nunca viu!
Emocione-se com o Day1 e encontre o empreendedor que há dentro de você. Seus sonhos podem mudar o mundo!

 
Saiba mais em: http://www.day1.org.br/

Frase

"A função da liderança é produzir mais líderes, e não mais seguidores".
Ralph Nader

Como alavancar a inovação no Brasil?

Quando pensamos em empresas inovadoras, é inevitável que venham às nossas cabeças empresas como Apple, Google e Facebook. Entretanto, existem empresas ditas tradicionais extremamente inovadoras que causariam surpresa na maioria das pessoas. Quem pensaria em uma empresa de distribuição de energia elétrica como inovadora? Afinal de contas, quanta inovação dá para colocar em um produto tão básico quanto a energia elétrica que sai das nossas tomadas?
 
Pois uma empresa brasileira de distribuição é extremamente inovadora em seu campo de atuação. Detecção de rompimento de cabos, sistema de diagnóstico de falhas, geração de energia por resíduos, entre outras iniciativas, são exemplos de inovação que reduzem custos, aumentam a segurança e melhoram o nível de serviço para o usuário final.
 
O estudo Innovation 1000, conduzido há mais de dez anos consecutivos pela Booz & Company, identifica três principais estratégias de inovação adotadas pelas empresas:
• Need seekers – Empresas que consistentemente buscam antecipar necessidades dos clientes. Exemplos de empresas com este perfil incluem a
Apple, Facebook, 3M, entre outras.
 
• Market readers – Empresas que adotam estratégias voltadas a aperfeiçoar e trazer melhorias no que já existe, aproveitando as tendências de mercado. Estas empresas estão constantemente atentas aos novos lançamentos dos seus concorrentes e conseguem reagir muito rapidamente a eles. Um exemplo notório, embora um pouco antigo, foi o lançamento do videocassete VHS, que veio a substituir o padrão Betamax no início dos anos 80 — embora de qualidade técnica inicialmente inferior, o VHS atendia à demanda dos usuários por maior tempo de gravação, que, aliada a outros fatores, conquistou a preferência dos consumidores.
 
• Technology drivers – Empresas que fazem uso intenso da tecnologia, tanto para aperfeiçoar o que já existe quanto para promover mudanças mais profundas. Neste grupo de empresas, encontram-se Google e Siemens.
Embora tenhamos casos de sucesso de empresas inovadoras seguindo cada uma destas estratégias, a percepção geral das pessoas tende a associar inovação mais com o grupo “need seekers”.
 
Mas, afinal, que características são comuns às empresas mais inovadoras? Uma coisa é certa: não é apenas o volume de investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Ou seja, não adianta gastar muito se o gasto for pouco eficaz.
 
 
De fato, o que faz com que as empresas sejam inovadoras não é o “quanto” elas gastam, mas sim “como” elas gastam. O que distingue as empresas mais inovadoras das demais empresas é a sua habilidade de direcionar seus investimentos e de executar sua estratégia, combinando os elementos de geração de ideias, seleção de projetos, desenvolvimento e lançamento de produtos de forma bastante coerente entre si. Combinadas, estas características se complementam e se reforçam, gerando uma clara diferenciação das demais empresas.
 
O Brasil no ranking global
 
Mas, e no Brasil? O estudo Innovation 1000 revela uma situação ainda pouco animadora. Os números do ranking da Booz & Company mostram o País numa situação pouco compatível com seus avanços econômicos mais recentes, que o colocaram no posto de sexta maior economia do globo. O Brasil aparece em 17º lugar na relação de países com empresas que mais investem em P&D. E apenas cinco empresas, entre as mil listadas no estudo da Booz & Company, são brasileiras. A primeira posição entre as verde-amarelas cabe à Petrobras, na 119ª colocação.
 
Ainda que o investimento não seja o principal fator determinante para alcançar a capacidade de inovar, é pouco provável que grandes empresas brasileiras possam se comparar a outras no mundo sem dedicar recursos específicos para tal. No caso da Petrobras, é fácil imaginar todo ciclo de investimentos em pesquisa e desenvolvimento que serão necessários para viabilizar técnica e economicamente a exploração da camada do pré-sal. Sem contar toda cadeia de desenvolvimento que virá a reboque da exploração em águas profundas, que certamente melhorará nossa posição no mundo como país inovador, e colocará a Petrobras em condição de liderança tecnológica nesta especialidade.

 
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Outro recorte interessante nos dados do estudo da Booz & Company é voltar alguns anos atrás e verificar quantas empresas brasileiras constavam desta lista. O dado é chocante: em 2005, apenas três empresas brasileiras apareciam entre as mil principais, e a Petrobras já estava lá. E, nestes sete anos, somente duas novas empresas brasileiras entraram no ranking.
 
Se extrapolarmos os dados do estudo, podemos assumir que as empresas brasileiras estão investindo mais e consistentemente para desenvolver suas capacitações e processos de inovação. Esta tendência, ainda que recente, deve continuar e melhorar a posição e os resultados das empresas brasileiras frente à inovação empresarial.
 
Independentemente dos valores investidos, que também crescerão no ranking seguindo o crescimento e inserção das empresas brasileiras no comércio global, nossa atenção se volta a investigar e entender como um país com longo histórico de grandes inventores ou inovadores do seu tempo — Santos Dumont, do avião, e Padre Landell de Moura, do rádio, para citar apenas dois —, pode recuperar seu destaque no seleto grupo de países com empresas inovadoras no cenário mundial? Que papel teriam as empresas nacionais na atualidade, para a construção desta nova história?
 
A trajetória de inovação por empresas brasileiras é longa, com inúmeros exemplos que acompanharam o desenvolvimento econômico do País em seus diversos ciclos. De forma simplificada, é possível dizer que as inovações brasileiras nasceram e foram sempre muito associadas às necessidades locais específicas. Neste conjunto cabe tudo aquilo que surgiu em solo brasileiro por falta de alternativas melhores, ou que melhor se adaptassem às nossas condições geográficas, climáticas, culturais e socioeconômicas. Neste último quesito, o Brasil experimentou inovações relevantes para o mundo e chegou a servir de referência em modelos de atendimento aos chamados consumidores da base da pirâmide. Até mesmo a agenda de grandes companhias multinacionais incorporaram aprendizados e uso de tecnologias desenvolvidas nas suas filiais brasileiras.
 
Vários setores econômicos hoje reconhecidamente desenvolvidos no Brasil têm a origem de seus avanços associada às condições de contorno peculiares em que se encontraram por anos. Entre os exemplos, podemos citar o setor bancário, a produção audiovisual e a indústria aeronáutica.
 
No extremo oposto, muita inovação foi desenvolvida no Brasil a partir da disponibilidade local de insumos e recursos naturais. Em muitos casos, a abundância de algum insumo específico, por vezes único, acabou por ser determinante nos processos de inovação. Os casos mais evidentes de desenvolvimento a partir deste fator foram os avanços alcançados nas cadeias de produção agrícola.
 
Ao mesmo tempo que as condições naturais brasileiras limitaram a simples adoção de técnicas agrícolas já pesquisadas e desenvolvidas em outras regiões do mundo por não se adaptarem perfeitamente aqui como em outros países, elas também disponibilizaram um arsenal valioso para as inovações no campo. E foi a partir daí que muito foi investido e pesquisado para que atingíssemos a situação atual. O chamado agronegócio é hoje uma das áreas de destaque da inovação brasileira, com avanços tecnológicos importantes, seja no uso de energias renováveis, seja nos métodos de produção de alimentos.
 
Com base nestes e em diversos outros exemplos, é possível afirmar que o Brasil tem o requisito fundamental para permitir às empresas brasileiras inovar em suas áreas de atuação: a qualidade do talento local. E mais: no atual contexto de desenvolvimento da economia no mundo, é fato que existe uma preocupação crescente das empresas brasileiras com a inovação.
 
Então por que as empresas brasileiras investem tão pouco em P&D?
 
Poderíamos elencar uma lista longa de fatores estruturais associados à educação e formação dos profissionais brasileiros, que, a despeito de seu talento, são o embrião de qualquer explicação deste fenômeno no Brasil. A lista continuaria com algumas questões conjunturais, ligadas à enorme burocracia local, complexidade dos mecanismos de incentivos, até a pesada carga tributária que consome recursos potenciais das empresas que poderiam ser destinados a esta finalidade. Finalmente, a lista estaria completa com questões mais profundas sobre a cultura do empresário local, sua visão de mundo, seus valores e orientações. O dilema entre ganhar dinheiro no curto prazo versus gerar valor no longo prazo é, com exceções, algo que de fato consta da agenda da maioria das empresas brasileiras.
 
Com isso, a explicação fácil, e até certo ponto a desculpa local aceita e utilizada por todos para justificar o baixo nível de investimento em P&D nas empresas brasileiras, teria três principais fatores:
Visão orientada para o curto prazo: histórico de instabilidade econômica fazia com que as empresas fossem orientadas para o curto prazo, não favorecendo os investimentos em P&D que tipicamente trazem resultados de mais longo prazo.
 
Baixa qualificação da mão de obra: nível educacional relativamente baixo comprometendo a formação de pesquisadores em quantidade adequada.
 
Falta de incentivos adequados para aumentar a quantidade e qualidade das pesquisas nas universidades e para parcerias entre empresas e universidades.
 
É fato que algumas condições do ambiente de negócios brasileiro são altamente restritivas e precisam mudar para permitir a segurança legal dos investimentos e, principalmente, dos resultados atingidos com eles. Em particular, o arcabouço legal para proteção de propriedade intelectual no Brasil é uma área de preocupação. Caso não avance neste sentido, o Brasil pode começar a perder espaço importante em setores-chave para inovação.
 
Este contexto, no entanto, não impede que algumas empresas realmente façam a diferença em seus mercados com inovações desenvolvidas no Brasil. E mais importante: a recente consolidação da estabilidade econômica brasileira e a globalização (e, por consequência, da intensidade competitiva) deverão fazer com que as empresas brasileiras sejam forçadas a olhar mais para o longo prazo. Com isso, os investimentos em inovação deverão ser impulsionados.
 
Sete áreas de atenção
 
Assim, queremos chamar a atenção para o que as empresas podem, e devem, fazer para melhorar sua orientação à inovação, e não ao que precisa mudar nos mecanismos de incentivo do governo, nas questões regulatórias, ou qualquer outro aspecto do ambiente de negócios.
 
Nossas pesquisas ao longo de anos no tema inovação e nossa experiência assessorando empresas líderes pelo mundo para se capacitarem a inovar mostram que existem sete áreas principais em que as empresas brasileiras devem avançar para estruturar seus processos de inovação e desenvolver plenamente suas capacitações para inovar:
 
1. Planos de inovação baseados na estratégia de negócios. Empresas que apresentam as melhores práticas definem seus orçamentos de inovação de forma top-down, baseadas na visão de longo prazo de seus portfólios e objetivos estratégicos.
2. Gestão de portfólio de P&D. Só uma gestão rigorosa do portfólio de P&D garante que as alocações de recursos estejam alinhadas com as decisões de portfólio.
3. Arquitetura de produtos. São viabilizadores fundamentais para uma efetiva plataforma estratégica de inovação.
4. Processos de desenvolvimento de produtos. Para serem efetivos, devem enfatizar a tomada de decisão, fluxo de informações e padronização.
5. Métricas. Um conjunto consistente de métricas de inovação gera transparência e garante responsabilidade pelos resultados.
6. Cultura/DNA. Uma cultura corporativa que apoie e estimule a inovação é fundamental.
7. Ferramentas e sistemas. É preciso criar instrumentos para viabilizar e facilitar o desenvolvimento e lançamento de novos produtos.
Ou seja, por mais complexo que possa parecer, é possível criar as condições por meio de métodos, processos, sistemas, metas, etc., para que empresas sejam mais inovadoras. O caminho é árduo e exige mais transpiração do que inspiração.
 
 
Fernando Fernandes (fernando.fernandes@booz.com) é vice-presidente
da prática de bens de consumo e varejo da Booz & Company para a América do Sul. Tem MBA pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead/UFRJ) e é graduado em engenharia mecânica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Roberto Leuzinger (roberto.leuzinger@booz.com) é vice-presidente da prática de bens de consumo e varejo da Booz & Company para a América do Sul. Tem MBA pela University of Illinois at Urbana-Champaign e é graduado engenheiro elétrico pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC – Rio).
 

Prevendo os passos da concorrência


Como analista de produtos preciso estar por dentro de quem são nossos concorrentes e o que eles tem a mais ou a menos que nós. Para isso, periodicamente uma análise é feita e refeita e em cima dela tomamos algumas decisões que influenciam no ciclo de vida do produto, muitas vezes ampliando-o ou nos fazendo refletir e agir para que esse prolongamento possa realmente acontecer.

Porém, analisar o que já existe não basta. É preciso tentar prever os próximos passos de sua concorrência, afinal, se outra empresa lançar uma inovação de ruptura, pode colocar seu negócio todo por água abaixo de uma hora para outra.

Em uma época em que as mudanças acontecem tão rápido, promover brainstorming para obter ideias e colocar em prática as mais promissoras é um bom caminho para estar sempre à frente.
Aliás, você já fez um brainstorming alguma vez? Sabe o que significa?

Pois saiba que trata-se de uma atividade desenvolvida para explorar a potencialidade criativa de um indivíduo ou de um grupo, colocando-a a serviço de objetivos pré-determinados.

A técnica propõe que as pessoas se reúnam e se utilizem das diferenças em seus pensamentos e ideias para que possam chegar a um denominador comum eficaz e com qualidade, gerando assim ideias inovadoras que levem o projeto adiante.

É preferível que as pessoas que se envolvam nesse método sejam de setores e competências diferentes, pois suas experiências diversas podem colaborar com a "tempestade de ideias" que se forma ao longo do processo de sugestões e discussões.

Nenhuma ideia deve ser descartada ou julgada como errada ou absurda. Todas as ideias são ouvidas e trazidas até o processo de compilação ou anotação de todas as ideias ocorridas no processo de brainstorming.

Se você quiser tentar o brainstorming para discutir com sua equipe quais podem ser os próximos passos da concorrência, veja uma sugestão de roteiro que pode ajudá-lo a criar suas próprias perguntas, voltadas para o segmento em que atua:

  • No que somos realmente bons? Qual é o nosso diferencial?
  • De que temos medo que nosso concorrente faça?
  • Quem ainda não é nosso concorrente agora, mas que pode vir a sê-lo?
  • O que deveria ser feito para que as pessoas se tornassem clientes de nosso produto ou serviço?
  • Quais produtos ou serviços estão surgindo e que poderiam tornar nosso negócio irrelevante?

Anote tudo o que for discutido. Algo que pareça não tão útil agora, pode ser depois.
Após misturar a técnica do brainstorming com planejamento baseado no cenário, você conseguirá ir ao encontro de soluções.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Lidando com o "trunca tudo"

Ok, este é um blog sobre inovação. Mas é impossível falarmos apenas sobre isso e deixar de lado situações corriqueiras como a que vou falar hoje. Ainda mais que estamos falando de perfis que podem prejudicar o andamento de inovações.

Vamos lá, talvez você reconheça este perfil.
O "trunca tudo" é aquela pessoa que consegue encontrar pelo em ovo. É contra tudo o que você disser ou apresentar, mesmo que sua ideia seja ótima.

Essa pessoa sempre tem algo a dizer e sua visão é sempre a melhor. Frequentemente corta as pessoas enquanto elas falam, pois supõe que o que tem a dizer é mais útil ou mais sábio. Aliás, normalmente essa pessoa não ouve realmente o que você está dizendo.

É comum encontrar o "trunca tudo" sempre muito ocupado ou inacessível. Isso só não acontecerá se ele souber que pode se intrometer em algo que você está fazendo. Aí sim ele terá tempo.

Também é de seu feitio se apoderar das ideias de outras pessoas e fazer questão de levar o crédito por elas. É um perfil que pode, inclusive, colocar seu próprio nome em um documento feito por outra pessoa.

Nada com ele é fácil, tudo é sempre muito complicado. Ele nunca tem agenda. Demora para responder emails. Parece que faz questão de aparentar ser inacessível.

Se você precisa incluir um tipo destes em um assunto que envolva inovação, esteja preparado. Você provavelmente estará diante de um pessimista.
Não que sua ideia não seja boa. Ela é. Mas o "trunca tudo" é incapaz de assumir isso e dará um jeito de remexer sua ideia de tal forma que, no final, continuará sendo sua ideia, mas agora com uma roupagem com a cara dele.

Não há muito o que fazer, mas é importante ter postura. Procure envolvê-lo apenas quando não houver jeito. Fazer sua ideia ganhar força antes de chegar até ele é fundamental.
Outra dica é ter a certeza de que você planejou e idealizou com todo o cuidado a ideia que pretende apresentar.

Analise todos os cenários, pesquise por potenciais concorrentes, nem que seja em um produto não tão parecido com o seu. Procure pelas lacunas do mercado e tente descobrir como o usuário deste novo produto, que ainda é apenas uma ideia, poderá realmente usá-lo.

Se você quiser realmente introduzir a inovação na empresa em que trabalha, é importante ficar de olho no "trunca tudo". Eles existem e estão à solta.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Administrando sua carteira de inovação

A administração sabe e o mercado financeiro também: a viabilidade de uma empresa ano a ano depende de sua capacidade de inovar. Dadas as expectativas atuais do mercado, pressões competitivas globais e a extensão e o ritmo de mudanças estruturais, isso nunca foi tão verdade. Mas dirigentes de empresas penam para convencer o mercado de que seus atos na gestão garantirão um fluxo contínuo de novidades de sucesso. Muitos admitem sentir dúvida e frustração. Em geral, estão cientes de que há uma enorme quantidade de inovação sendo produzida na empresa, mas não sentem que entendem todas essas dispersas iniciativas. A busca do novo soa aleatória e episódica — e sua suspeita é que o retorno sobre o investimento total da empresa em inovação seja baixo demais.

Sua carteira de inovação deve ser composta por investimentos variados, divididos por tipos:

·         Inovação incremental: algumas apostas seguras

·         Inovação radical: alguns investimentos mais arriscados

Decidir qual é a proporção correta é um desafio que só cabe a você, mas o sugerido é buscar uma variedade de desafios que contribuam para a melhoria de serviços, produtos e desempenho, além de desafios para mudar seu modelo de negócios.

A inovação incremental garante retorno fácil e garantido. Porém, não é recomendado investir tudo o que você pode nisso. Do ponto de vista técnico, tais inovações são fáceis e geram benefícios para o cliente.

A inovação técnica está relacionada a qualquer inovação que sirva a uma necessidade estabelecida, mas cujo desenvolvimento técnico seja completo.

A inovação radical é tecnicamente complexa e possui alto nível de incerteza em relação ao mercado. Um exemplo foi a transição dos walkmans para os tocadores MP3. A inovação radical estava em fazer com que artistas e gravadoras passassem a vender música digital. Normalmente é um tipo de inovação que custa caro e pode não dar certo. Mas se dão certo, podem ser espetaculares.

A inovação adaptativa: Adaptar um produto antigo e trazê-lo para um novo mercado, como por exemplo, um fabricante de lâminas de barbear que queira encontrar maneiras de fazer adolescentes se barbearem mais.

É preciso encontrar um equilíbrio para não arriscar-se demais, nem ficar parado demais. Diversificar sua carteira de inovação é o segredo.

Pipoca e inovação

A notícia não é recente, mas não pude deixar de comentá-la. Veja só como pipoca conseguiu ser sinônimo de inovação neste caso.

A Petrobras utiliza a pipoca como solução para um problema. A empresa a despeja no mar para simular manchas de óleo em testes de vazamento.
Segundo a Petrobras, a pipoca flutua, não absorve água rapidamente, é biodegradável e pode ser facilmente identificada em alto mar, o que faz dela uma excelente opção para os testes.

Para simular as manchas de óleo eram usadas placas de isopor, que precisavam ser amarradas umas às outras e exigiam aparatos como redes de contenção para que não se dispersassem, prejudicando o meio-ambiente. Também foram utilizadas cascas de arroz e pó de serra. Contudo, a casca afundava logo e absorvia água rápido demais, sendo inviável para um teste com duração de até quatro horas. O mesmo ocorria com a serragem que, além disso, formava “blocos” quando molhada.

Já a pipoca é biodegradável, mais barata dos que os materiais já experimentados e ainda apresenta comportamento mais próximo ao do óleo em alto mar. Quem descobriu a nova utilidade foram pesquisadores da base da Petrobras em Aracaju (Sergipe). “A pipoca não se confunde com a água como a casca de arroz e não agride o meio ambiente, já que o peixe pode comê-la caso fique algum resíduo no mar”, afirma Cruz.

As simulações ocorrem de acordo com as regras determinadas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), que testa a eficácia das bases da Petrobras para conter e resolver danos ambientais causados por possíveis acidentes dessa natureza. A empresa deve estar preparada porque os testes são marcados sem data ou plataforma definida. “O Ibama analisa o material usado na simulação, os equipamentos de contenção e retirada do suposto óleo, além dos barcos, helicópteros e sistemas de monitoramento utilizados em caso de vazamento” diz Ubirajara de Brito Cruz, coordenador de Gestão Local de Fornecedores da Unidade de Produção e Exploração de Petróleo de Sergipe e Alagoas (UN-SEAL).

Pipoqueira de Sergipe fornece o material para testes
Para o fornecimento do material usado nas simulações, a Petrobras contratou Maria Selma Costa, pipoqueira de Sergipe. No primeiro teste, foram utilizados 20 sacos com 3,2kg cada, a maior das encomendas já recebidas pela profissional, que normalmente levaria cerca de 180 dias para vender tamanha quantidade. Segundo Cruz, a demanda vai aumentar. “Iremos dobrar o pedido já que está dando certo” diz.

Atualmente, as encomendas são feitas a cada três ou quatro meses. Maria recebe R$ 2 mil pelo trabalho de fazer as pipocas, que leva dois dias e meio. Ela conta com a ajuda do noivo, que também é pipoqueiro. O milho vendido não pode conter sal, óleo ou qualquer espécie de gordura que contamine o ambiente.

Para tornar-se fornecedora da petrolífera, Maria teve de montar uma empresa formal. Com o apoio do Sebrae, Maria transformou-se numa empreendedora individual e já pensa em ampliar seu negócio. “Fiquei muito feliz quando a Petrobras me procurou. Agora vou até contratar mais um funcionário além de comprar um aparelho mais moderno para produzir as pipocas, porque o dinheiro que já ganhei com as encomendas permite esse investimento”, diz.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Simplificar é a melhor forma de inovar


Começo esse post com uma frase dita pelo autor de “O pequeno príncipe”, Antoine de Saint-Exupery: “A perfeição só é finalmente alcançada não quando não há mais nada a ser acrescentado, mas quando não há mais nada a ser retirado”.
Muitas pessoas acreditam que a perfeição está relacionada ao fato de se acrescentar o máximo de características e funções possíveis, o que leva a um produto extremamente completo e mais atrapalha do que ajuda o cliente.
Quer um exemplo? Microsoft Office. Já se perguntou quantas das funções disponíveis você já usou na vida? Isso prova que ser capaz de fazer tudo não é sinônimo de perfeição.
O caminho é procurar tornar seu produto acessível. Um bom exemplo disso é o Nintendo Wii. Em vez de criar jogos mais sofisticados e caros, criou uma interface atraente para pessoas entre 8 e 80 anos, e isso é acessibilidade.
Analise por que as pessoas estão realmente usando seu produto e qual seria a maneira mais simples de entregar a elas o resultado que esperam. Que características, serviços ou qualidade podem ser reduzidos em um produto para atender um novo mercado?

O processo de lançamento de novos produtos ou serviços



Trabalhar o processo de desenvolvimento e lançamento de novos produtos permite uma constante renovação e sustentação da imagem inovadora que as empresas pretendam construir no mercado em que atuam.

Como analista de produtos, antes de pensar em lançar um novo produto preciso entender o que o portfólio atual da empresa ainda não tem, analisar a lacuna existente no mercado, levantar dados, entender se temos mão-de-obra, conhecimento e tecnologia para realmente criar o tal novo produto e, por último, mas não menos importante, apresentar tudo isso para a diretoria e profissionais envolvidos na área do novo produto a fim de saber se a ideia pode prosseguir e finalmente virar um novo produto.


Muitas vezes a sua ideia é ótima, mas o momento não é adequado. Ou de repente, falta equipe, conhecimento, equipamento para produzir. Pode também precisar amadurecer a ideia, conversar com mais pessoas.
O importante é não desistir deste processo, e também entender que às vezes é necessário esperar mais um pouquinho.

Antes de falar mais sobre isso, é essencial definir primeiramente o que é um produto.
Do ponto de vista do mercado, um produto ou serviço pode ser definido como aquilo que o consumidor, cliente ou usuário perceba como capaz de satisfazer uma necessidade, seja ela material ou não.

É por isso que a noção de novo varia conforme o critério utilizado na diferenciação do produto em relação a seus concorrentes. Mesmo que um produto não possua algo novo, pode ser percebido pelo cliente como tal, o que nos leva a concluir que inovação é uma palavra subjetiva e relativa.
As etapas para o lançamento de um novo produto ou serviço consistem em:


1.       Explorar

2.       Análise preliminar

3.       Análise de negócio

4.       Desenvolvê-lo

5.       Testá-lo

6.       Lançá-lo

Hoje vamos falar sobre a fase de exploração.
Explorando

Nesta fase, deve-se coletar o maior número possível de ideias em relação a um problema a ser resolvido, dentro da categoria de produtos que a empresa pretende trabalhar ou investir.

As ideias podem vir de clientes, usuários de produtos ou serviços parecidos, pesquisa de mercado analisando os produtos que serão concorrentes, pesquisas dentro da categoria do produto, diretamente com seu consumidor, amostras de produtos da área, visitar feiras ou ainda, promover reuniões de brainstorm com colaboradores da empresa.
Todas as ideias podem alimentar um banco que pode ser consultado a qualquer momento.

Às vezes, de forma isolada uma ideia pode não parecer atraente, mas um conjunto de ideias medianas pode fazer surgir algo espetacular.

Aliás, manter um banco de ideias na empresa é uma excelente proposta! É importante que os colaboradores sintam-se de ouvidos e possam opinar sobre um novo produto ou mesmo uma melhoria de um produto existente.

Experenciei isso na prática e posso garantir que a ideia trouxe bons resultados. Por meio de pesquisas e estudos, sei de outras empresas que dentro de suas equipes de P&D também começaram a trabalhar com algo semelhante ao “banco de ideias”.

O Grupo Fleury, por exemplo, é um bom case. Adotou um programa chamado de Central de Ideias, cujo objetivo era instituir um processo sistematizado para a geração e implantação de ideias de melhoria e inovação nas práticas de medicina diagnóstica. Foi adotado um processo de geração das ideias, avaliação e seleção, implantação e apuração de valor das ideias, com a preocupação de manter um equilíbrio entre o processo de geração e implantação das ideias.

Depois disso, a equipe de P&D deste grupo colocava as ideias captadas por meio de um formulário eletrônico preenchido pelos colaboradores em um funil de inovação. Definia-se os benefícios esperados, as necessidades não-atendidas e as oportunidades de melhoria e inovação que poderiam ser exploradas com a ideia. O processo de captação com os colaboradores fazia com que eles mesmos refletissem no momento da geração da ideia.
Após avaliadas, as ideias eram aprovadas ou armazenadas. É importante que mesmo quando uma ideia seja armazenada, enviar um feedback ao seu idealizador, favorecendo o melhoramento contínuo da qualidade das ideias geradas no programa.


Já as ideias aprovadas voltam para a coordenação, e a diretoria tem 10 dias para identificar um líder que cuidará da implantação da ideia e o fará o detalhamento da viabilidade do projeto de inovação, com a elaboração de um plano de negócios e outras ações necessárias.

A Central de ideias do Grupo Fleury alcançou excelentes resultados nos seus primeiros anos de atividade.

Dentro de cada empresa e segmento o processo de desenvolvimento e lançamento de novos produtos é muito específico. Nem sempre será tão simples lançar um novo produto e muitas vezes pode ser um processo caro. O importante é encontrar o equilíbrio entre o que o mercado precisa e pode comportar e não demorar muito para agir para não correr o risco de ficar para trás.

Outro ponto importante a ser considerado, é que em alguns segmentos, o idealizador da boa ideia (principalmente se ela for realmente adotada), pode querer algo mais do que apenas dar uma boa ideia. Algumas empresas adotam um esquema de premiações pelas boas ideias que se tornarem um novo produto. Já em alguns casos, o idealizador quer mesmo é fazer parte do processo. Levar essa questão em conta é importante, caso contrário você poderá ter pessoas com excelentes ideias, mas que não querem colocá-las para fora por saberem que não receberão pelo menos algum tipo de agradecimento ou envolvimento no processo.

Se você quer começar a colocar a ideia em prática, comece pela fase exploratória. Um banco de ideias, que pode ser colocado em prática de diversas maneiras (reuniões, formulários, emails, pesquisa de mercado) é uma bela maneira de iniciar e pode trazer a tona sua próxima grande inovação!
No próximo post vamos falar sobre a fase de análise preliminar, que é o próximo passo que deve ser adotado após ter escolhido a tal grande ideia que irá para frente.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Quando nasce uma boa ideia?

 
“As idéias não surgem do nada, elas quase sempre são uma combinação nova de elementos já existentes. O que é novo é a combinação – não os componentes que fazem parte dela.”Baron & Shane


Quem trabalha com inovação, como eu, com frequência precisa ter boas ideias para conseguir trabalhar.

Antes de falar um pouco mais sobre como surgem as boas ideias, é essencial deixar claro que inovação não é necessariamente sinônimo de “lançar produtos novos”. Inovação também não é “novidade”. Uma inovação só e de fato uma inovação, quando ela consegue modificar o comportamento de uma audiência, ser desejada. Um exemplo são os populares tocadores de MP3. Quem é que há alguns anos conseguiria fazer uma caminhada na rua escutando suas músicas preferidas de maneira portátil e fácil? Foram esses tocadores portáteis que permitiram isso. (e claro, o formato MP3 também, lembra quando saíamos por ai com tocadores portáteis de cd?)
Trabalhar com inovação exige estar atento a tudo que está sendo lançado por ai. Não que a partir disso você possa copiar uma ideia, modificá-la levemente e lançar algo novo. Mas é importante estar atento para saber o que está em alta, para analisar o lançamento de uma forma mais profunda e entender se ele poderia ter ido além ou aquém.



É também um processo que exige boas ideias o tempo todo. Muitas vezes você precisará recorrer a um pouco de “design thinking” misturado com um pouco de “vuja de”, também conhecido como “pensar fora da caixa”.

Você já foi verificar de perto como o seu cliente ou consumidor encara o seu produto? Já analisou como ele o utiliza e quais dificuldades apresenta nesse processo? Será que você não está apenas replicando comportamentos esperados e vivendo sempre da mesma maneira?

Muitos processos ou produtos continuam os mesmos ou no máximo, recebem uma atualização periódica. E aí os envolvidos ficam satisfeitos por terem apresentado alguma coisa.

O problema é que nem sempre nos perguntamos se o que está ali faz sentido. Aquele botão faz sentido mesmo? Aquele botão é redundante? Aquela tela tem informação excessiva? Aquele texto realmente diz algo ou são apenas linhas e linhas de reflexões que não levam a lugar algum? 

Todas essas questões podem ajudar no surgimento de novas e boas ideias. Aliás, as boas ideias não precisam ser exatamente algo de outro mundo. Mas precisam fazer sentido, entender como aquele problema pode ser resolvido de uma outra maneira, e não da maneira que você acha ser o correto.

As boas ideias precisam se conexões para acontecerem. Precisam também de um tempo de maturação. Pequenos trechos de boas ideias podem não fazer sentido nesse momento, mas certamente ficarão guardadinhas em sua cabeça e podem explodir em uma ótima ideia a qualquer momento.
As idéias não surgem do nada. Steve Jobs já falava que inovação tem a ver com criatividade, com juntar as coisas de formas únicas. Criatividade é apenas conectar as coisas. Quando você pergunta a pessoas criativas como fizeram alguma coisa, elas se sentem um pouco culpadas, porque, na verdade, não fizeram aquilo; elas só viram aquilo. A coisa lhes pareceu tão óbvia, depois de certo tempo, porque conseguiram conectar experiências que tiveram e sintetizar coisas novas. E o motivo pelo qual elas conseguiram fazer aquilo é que tiveram mais experiência ou pensaram mais sobre suas experiências do que outras pessoas.


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Inovando na maneira de fazer apresentações - Storytelling

Você ainda cria apresentações no PowerPoint, repletas de textos e marcadores? Segue exatamente o que está escrito no slide para apresentar? Será que você não se tornou um mero “leitor de slides”?
Esse modo antigo de fazer apresentações está cada vez mais desaparecendo e dando lugar ao “Storytelling”, ou seja, a arte de contar histórias aplicada à apresentação ou venda de produtos, serviços e ideias, aproximando as pessoas da sua empresa e fazendo-as sentirem-se parte e compreender o contexto do seu produto.
Uma frase que pode resumir é o velho conceito do marketing “venda o cheiro e não o bife”, quer dizer, não tente vender ou convencer apresentando apenas funcionalidades ou sendo técnico demais. Listas são chatas e ninguém se lembra delas. Mas de histórias as pessoas se lembram.
O Storytelling é uma ferramenta poderosa para compartilhar conhecimento, utilizada pelo homem muito antes da invenção de qualquer mídia social. Nossos ancestrais se sentavam em torno de fogueiras para contar suas façanhas e caçadas, como forma de entreter a tribo, viralizar e eternizar suas ações, muitas vezes carregadas de conhecimentos úteis para a sobrevivência da espécie.
 
 

Para entender essa ferramenta é bom entender que “story” é diferente de “history”, já que a segunda está relacionada a fatos reais. “Story” é uma estrutura narrativa normalmente ligada à ficção. Contar uma história é organizar eventos de uma maneira lógica, dentro de uma certa estrutura.
Convém inserir personagens, idealizar um começo, meio e fim, existir conflito (tensão entre os elementos opostos) e um clímax, para que a história faça sentido para quem te ouve.
Quando atribuímos significados emocionais à elementos técnicos por meio de um contexto, somos capazes de guardar mais facilmente uma informação.
Se quiser se aventurar, comece pegando a história real de sua marca e organize os fatos de forma que apareçam em uma estrutura de história.
Afinal, se você quer trabalhar com inovação e realmente inovar, precisa começar a fazê-lo em suas próprias apresentações!
Para saber mais sobre Storytelling, acesse:
E não deixe de assistir o “O menino que só tinha uma chance”, criado pela maravilhosa agência SOAP, mestre em apresentações utilizando storytelling.
 
Aliás, 08/11/12 acontece o curso “Story Business Edition”, promovido pela SOAP em parceria como Robert Mckee, que ensinou os princípios dos bons roteiros de filmes para a indústria cinematográfica. Saiba mais em: http://www.soap.com.br/story-business-edition/
(Eu estarei lá!)